Efeitos colaterais dos protetores solares
Se a pele for submetida a uma exposição excessiva ao Sol, eleva-se muito o risco de se contrair o câncer de pele.
Para a prevenção contra esses efeitos nocivos do excesso de Sol foram criados os protetores solares.
Mas o que acontece com esses cremes protetores solares quando eles próprios estão submetidos ao Sol? E como a pele é afetada pela degradação desses produtos?
Estes foram os principais motivadores de uma pesquisa realizada por cientistas das universidades de Gotemburgo e Chalmers, na Alemanha. E os resultados podem mudar a forma como os dermatologistas lidam com a proteção da pele e com as alergias.
Alergia a protetor solar
Embora se espera que o aumento do uso dos protetores solares resulte em uma diminuição a longo prazo do câncer de pele, o novo hábito de prevenção já criou um efeito mais imediato e nada agradável: o aumento das alergias.
Os pesquisadores relatam um aumento crescente das chamadas alergias de contato e alergias de fotocontato - induzidas pela exposição à luz.
"Nós sabemos que os cremes protetores contra o Sol passam através da pele e entram em nossos corpos, mas ainda não sabíamos quais efeitos eles induzem em nós," explica a química Isabella Karlsson.
"Muitos deles degradam-se na presença da luz do Sol. Assim, queríamos descobrir o que pode acontecer aos agentes químicos de proteção solar quando eles são expostos aos raios UV [ultravioleta] e como os produtos resultantes da degradação afetam nossa pele," conta a cientista.
Substância que absorve raios UV
No estudo, os pesquisadores descobriram uma explicação para o que acontece durante esse processo.
"Os arilglioxalos, um dos produtos resultantes da degradação [dos protetores solares], se mostraram altamente alergênicos," diz Karlsson. "Isso pode explicar porque algumas pessoas são alérgicas aos cremes que contêm dibenzoilmetanos, uma das substâncias absorventes dos raios ultravioleta presentes nos protetores solares."
A descoberta deverá ter dois impactos: o primeiro deles será o desenvolvimento de novos protetores solares que não causem alergia, pelo teste e eliminação dos produtos que se degradam e geram compostos alergênicos.
O segundo impacto, contudo, pode ser mais imediato. Até agora era praticamente impossível fazer testes prévios com os pacientes suspeitos de apresentarem alergia de fotocontato. Ao descobrir o mecanismo de ação dos compostos presentes nos protetores solares, isso se torna possível.
"Nós já começamos a trabalhar com várias clínicas dermatológicas para avaliar o teste," explica Karlsson." Assim, mais pacientes poderão descobrir se têm alergia por fotocontato, o que poderá ajudá-los em sua vida diária."
Alergia por fotocontato e alergia por contato
Uma reação alérgica por fotocontato resulta da alteração química dos protetores solares induzida pela luz solar. Essa alteração química produz compostos que fazem com que o sistema imunológico responda com uma reação alérgica.
A reação não é muito comum, mas seu principal agente causador são os protetores solares.
Os sintomas da alergia por fotocontato são pequenas erupções que causam coceira intensa. Não há tratamentos para o problema, e a única solução é evitar a substância que produz a alergia.
Outro "efeito colateral" dos cuidados contra a exposição ao Sol tem sido o excesso de proteção, o que tem criado problemas de carência de vitamina D pela falta de exposição ao Sol - veja Jovens brasileiros têm insuficiência de vitamina D.
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