domingo, 31 de outubro de 2010

Higienizar as mãos é essencial para prevenir doenças

Nesta sexta-feira (15/10) comemora-se o Dia Mundial de Higienização das Mãos. A Anvisa busca mobilizar os chamados serviços de saúde, categoria na qual se incluem hospitais e clínicas, para que participem desse esforço mundial com o objetivo de aumentar a adesão dos profissionais de saúde à prática. Nesse sentido, uma das ações é a disponibilização de materiais informativos sobre o tema. 

A comemoração global visa a uma maior conscientização de profissionais de saúde, governos, gestores e administradores hospitalares sobre a importância da higienização das mãos. A medida é considerada a mais importante e de menor custo para a prevenção e o controle das infecções nos serviços de saúde.  


No hospital


A higienização das mãos deve ser realizada pelos profissionais de saúde, à beira do leito do paciente, nos seguintes momentos: antes e após contato com o paciente, antes da realização de procedimentos invasivos, após risco de exposição a fluidos corporais e após contato com superfícies próximas ao paciente. 

As mãos podem ser higienizadas, preferencialmente, com preparações alcoólicas para as mãos (sob a forma líquida, gel, espuma e outras) ou com água e sabonete líquido, lembrando que todos os produtos devem estar devidamente regularizados na Anvisa. 

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Novas regras para comprar antibióticos começam a valer daqui a um mês.

A partir do dia 28 de novembro, os consumidores vão precisar de uma receita médica de controle especial, em duas vias, para comprar antibióticos nas farmácias e drogarias. O objetivo da medida é conter o uso indevido desses remédios – atualmente, é necessária a receita médica simples para a compra, mas, na prática, as lojas não exigem o documento, o que incentiva a automedicação.
As novas regras estabelecidas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para esses remédios foram publicadas nesta quinta-feira (28) pelo Diário Oficial da União. As farmácias terão 30 dias para se adaptar à mudança.
Agora, a receita médica para a compra de antibióticos terá de ser expedida em duas vias: uma fica retida na farmácia e a outra deve ser devolvida carimbada ao consumidor, que não poderá usá-la novamente. A receita médica vai ter validade de dez dias.
O rótulo desses produtos também vai mudar. Na tarja vermelha do produto, deverá vir escrito "Venda Sob Prescrição Médica – Só pode ser Vendido com Retenção da Receita". Os laboratórios vão ter 180 dias para se adaptar à nova regra e mudar as caixas dos remédios – os medicamentos que já estiverem em estoque com a tarja antiga poderão ser vendidos após esse período, desde que estejam na data de validade.
A discussão sobre as novas regras foi acelerada por causa das recentes infecções e mortes provocadas por causa de superbactérias como a KPC, que matou ao menos 18 pessoas no Distrito Federal neste ano e 24 em São Paulo desde julho de 2009. Os antibióticos têm influência no processo de seleção natural das bactérias, favorecendo as que são mais resistentes. 
Nesta quarta-feira (27), o CFM (Conselho Federal de Medicina) orientou a população a tomar antibióticos apenas com orientação médica, como forma de proteger a saúde e também de evitar o surgimento de superbactérias. De acordo com os conselheiros da entidade, “o consumo indevido de remédios, sobretudo antimicrobianos, pode provocar o surgimento de micro-organismos resistentes”.
Por isso, o CFM diz que é “fundamental que o paciente só faça o uso de medicamentos sob prescrição estrita de médicos, os únicos profissionais capacitados e habilitados para diagnosticar e determinar a adoção de procedimentos com o intuito de alcançar a recuperação do bem-estar e da cura”.
João Medeiros Filho, presidente do Conselho Regional de Medicina da Paraíba, que participou da elaboração da recomendação do CFM, diz que o uso inadequado de antibióticos prejudica a saúde do usuário.
– Quando você tem uma amidalite, por exemplo, precisa tomar dez dias penicilina. Mas as pessoas tomam só por três, quatro dias, começam a melhorar e param. Com isso, você consegue eliminar 80%, 90%, das bactérias, mas ficam os germes resistentes ao antibiótico. Da próxima vez que você tiver a doença, o antibiótico não vai servir mais e você vai ter que partir para outro.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Fumar aumenta risco de Alzheimer

Destruindo o cérebro
Fumar pesadamente na meia-idade pode aumentar o risco de desenvolver a doença de Alzheimer em até 157%.
Segundo ma nova pesquisa, realizada por um grupo internacional de pesquisadores, o risco de uma outra forma de demência, a demência vascular, pode chegar a 172%.
Este é o primeiro estudo de longo prazo a analisar as consequências do tabagismo intenso sobre a demência mais tarde na vida.
Os cientistas analisaram dados de 21.123 homens e mulheres, com idade média de 23 anos, que participaram de um levantamento entre 1978 e 1985. Eles foram acompanhados durante 23 anos.
Foram considerados os participantes que, nesse período, haviam fumado dois maços de cigarro por dia ou mais.
Demência
Diagnósticos de demência, incluindo Alzheimer (o tipo mais comum de demência) e demência vascular (a segunda forma mais comum), foram registrados de 1º de janeiro de 1994, quando a idade média dos participantes do estudo era de 71,6 anos, até 31 de julho de 2008.
Um total de 5.367 participantes (25,4%) foi diagnosticado com demência, com 1.136 deles com Alzheimer e 416 com demência vascular.
Os pesquisadores observaram que, em comparação com os não fumantes, aqueles que fumaram mais de dois maços de cigarro por dia durante o período analisado tiveram um aumento de 157% no risco de desenvolvimento de Alzheimer e de 172% no de demência vascular.
Ex-fumantes e pessoas que fumaram menos de meio maço por dia não apresentaram aumento significativo no risco de desenvolvimento das doenças.
Neurodegeneração
A associação entre fumo e demência não variou de acordo com a raça ou o sexo dos participantes. Segundo os autores do estudo, sabe-se que o fumo é um fator de risco para acidente vascular cerebral e o hábito pode contribuir para o risco de demência por meio de mecanismos semelhantes.
Fumar também contribui com o estresse oxidativo e com inflamações, que se estima serem importantes para o desenvolvimento da doença de Alzheimer. "É possível que fumar afete o desenvolvimento de demência por meio de caminhos vasculares e neurodegenerativos", sugeriram os autores.
O estudo, coordenado pelo finlandês Minna Rusanen, do Hospital Universitário Kuopio, foi publicado nesta segunda-feira no site do Archives of Internal Medicine.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

É o calor, e não a luz do laser, que reduz as rugas

Laser contra rugas
O tratamento de pele com laser é bastante comum nas práticas de esteticistas e dermatologistas. Embora a técnica venha sendo amplamente utilizada há anos, seu impacto e os processos subjacentes ainda não foram desvendados.
O efeito da luz sobre a pele já foi estudado antes, mas, de acordo com a pesquisadora Susanne Dams, da Universidade de Tecnologia de Eindhoven, na Holanda, ainda há pouca compreensão sobre o efeito do calor introduzido por um laser.
Dams decidiu então fazer uma pesquisa em busca de uma compreensão realmente científica deste processo.
Colágeno
A pesquisadora primeiro testou o efeito do calor sobre culturas de células, dando-lhes choques térmicos de 45° e 60° C, sem usar laser. Isto excluiu os possíveis efeitos gerados pela luz do laser.
Posteriormente, ela fez testes semelhantes em pedaços de pele humana excisada e, numa fase posterior, ela aqueceu os pedaços de pele com um laser.
Ela mostrou que os choques térmicos aumentam a produção de colágeno, que é considerado um dos fatores importantes no rejuvenescimento da pele.
A produção desta proteína pelo corpo humano diminui após os 25 anos de idade, ocasionando o surgimento de rugas e fazendo a pele retrair-se.
O maior efeito resultou de um choque térmico de 45° C, com duração de oito a dez segundos.
Também ficou demonstrado que temperaturas mais elevadas causam danos às células da pele. A pesquisadora mostrou que o aquecimento das células em cultura por dois segundos a 60 ° C resulta na morte das células.
Calor do laser
A outra questão abordada foi a duração do efeito de rejuvenescimento da pele induzido pelo tratamento a laser.
Dams descobriu que, após um choque térmico, a expressão gênica (o precursor para a formação do colágeno) retorna ao seu nível normal após 48 horas.
No entanto, o colágeno extra produzido como resultado da expressão gênica otimizada contribui para o rejuvenescimento da pele por um período maior.
Embora este estudo sugira que é o calor, e não a luz do laser, que rejuvenesce a pele, o laser provavelmente continuará a ser o instrumento preferido dos profissionais, na opinião de Dams: "O laser permite uma grande precisão, porque ele pode aquecer partes específicas da pele com precisão, deixando o resto intacto. Isso permite que o efeito ideal seja alcançado."

domingo, 24 de outubro de 2010

Cientistas conseguem inibir crescimento dos cálculos renais

Pedras de cistina
Um grupo interdisciplinar de pesquisadores, reunindo físicos e médicos, desenvolveu um método para reduzir o crescimento dos cristais que formam os cálculos renais de cistina.
Os resultados, publicados na última edição da revistaScience, podem representar um caminho para a criação de um novo método para a prevenção das pedras nos rins.
O estudo foi realizado por cientistas da Universidade de Nova York e doMedical College de Wisconsin, ambos nos Estados Unidos.
Tipos de pedras nos rins
As pedras nos rins compostas de L-cistina afetam centenas de milhares de pessoas todos os anos, ainda que em um número menor do que aquelas que sofrem com as pedras de oxalato de cálcio monohidratado.
Mas as pedras de L-cistina são maiores, repetem-se com mais frequência e são mais propensas a causar doença renal crônica. Os tratamentos atuais para esta doença produzem resultados, mas muitas vezes têm efeitos secundários adversos.
A formação das pedras L-cistina é uma consequência de níveis excessivos de L-cistina na urina. A L-cistina acaba formando cristais, que se agregam em pedras, chegando a até um centímetro de diâmetro.
Os tratamentos preventivos contra a formação de pedras de L-cistina, como o de diluição através de uma grande ingestão de líquidos, podem retardar, mas não impedir completamente, a formação da pedra.
Alguns medicamentos podem reagir com a L-cistina, gerando compostos mais solúveis, mas esses medicamentos podem causar efeitos colaterais adversos, como náuseas, febre, cansaço, alergias na pele e hipersensibilidade.
Com tantas limitações dos tratamentos atuais, os pesquisadores sonham em reduzir a formação e o crescimento dos cristais de L-cistina, eliminando o problema pela raiz.
Crescimento do cálculo renal
Usando um microscópio de força atômica (AFM), que permite a observação de objetos do tamanho de moléculas individuais, os pesquisadores descobriram que os cristais de L-cistina crescem fixando continuamente moléculas de L-cistina às margens de suaves colinas em forma de hexágono na superfície do cristal.
Este processo resulta em um cristal que cresce seguindo um padrão em espiral.
Sabendo como esses cristais crescem, os cientistas puderam então selecionar agentes químicos para inibir o processo de cristalização.
O crescimento de cristais pode ser alterado através do uso de inibidores de crescimento específicos. Estes inibidores reduzem o ritmo de cristalização ligando-se à superfície dos cristais, impedindo a adição de novas moléculas em sua superfície.
Prevenção das pedras nos rins
Neste estudo, os pesquisadores usaram um agente sintético, chamado L-CDME, que é estruturalmente idêntico à L-cistina em seu centro, mas é equipado com diferentes grupos moleculares nas extremidades, que impedem a agregação de moléculas de L-cistina à superfície do cristal.
Os cientistas tiveram o mesmo sucesso com a introdução de um outro agente sintético similar, o L-CME.
"Isto poderá levar a uma nova abordagem para a prevenção dos cálculos renais de cistina, simplesmente interrompendo sua cristalização," explicou Michael Ward, um dos autores do estudo. "Além disso, estes resultados são um exemplo dos avanços significativos que podem ser alcançados através de colaborações entre pesquisadores em ciências físicas e na medicina."

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Alimentação de bebês tem excesso de sal e carência de ferro

Alimentos sólidos para o bebê
A partir do sexto mês de vida, crianças nutridas somente com leite materno precisam também passar a se alimentar com alimentos sólidos preparados em casa.
Ao analisar amostras de alimentos de 78 lactentes, entre 6 e 18 meses, um estudo publicado no Jornal de Pediatria indica que eles apresentaram em geral baixo teor de ferro, mas quantidade excessiva de sódio.
O objetivo dos cientistas era determinar, por análise química, a composição nutricional de macronutrientes, energia e quantidades de sódio e ferro em alimentos preparados em domicílio para lactantes em Belém (PA) em dois grupos de estratos socioeconômicos diferentes.
O estudo foi realizado por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e da Universidade do Estado do Pará (UEPA).
Sal e ferro
O estudo apontou que 95% dos chamados alimentos de transição tinham teor inadequado de ferro no grupo socioeconômico mais baixo, contra 65% no estrato mais elevado. Todas as amostras analisadas, em ambos os grupos, apresentaram quantidade de ferro abaixo do mínimo recomendado (6,0 mg/100 g).
Por outro lado, o excesso de sódio foi constatado em 89,2% e 31,7%, respectivamente, para a referência que é de 200 mg/100 g.
De acordo com Mauro Batista de Morais, professor do Departamento de Pediatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), apesar de serem raros os estudos de composição química de alimentos para lactentes preparados em domicílio, a pesquisa mostra que o período de transição é realizado frequentemente de maneira imprópria.
"O estudo lança um alerta em relação à quantidade de sódio encontrada na comida. O termo 'papa salgada', frequentemente usado na orientação para que a mãe introduza comida salgada na dieta infantil, deveria ser abolido. O termo funciona como um incentivo para se adicionar mais sal. Preferimos 'papa para o almoço'", disse Morais, que é professor da disciplina de Gastroenterologia na Unifesp.
Carência de ferro
Os pesquisadores analisaram quimicamente as proteínas, lipídios, hidrato de carbono, ferro, sódio e valor energético total. De acordo com Tania Beninga de Morais, coordenadora do Laboratório de Bromatologia e Microbiologia de Alimentos da Unifesp e co-orientadora do estudo, o teor de ferro foi escolhido porque sua deficiência é a principal carência nutricional nessa faixa etária.
"Até o sexto mês de vida, o leite materno é o melhor e mais completo alimento para o lactente. Após essa idade, torna-se necessária a introdução de outros alimentos na dieta. Mas o que temos percebido é que o processo de transição para a dieta da criança se faz de maneira inadequada pela oferta, em quantidade e em qualidade, de alimentos inapropriados. Isso pode ser crítico para a manutenção de um crescimento saudável", disse Tania.
Segundo ela, a necessidade de ferro nessa faixa etária é de 11 mg/dia nos menores de 1 ano. "Essa taxa é difícil de ser atingida pela alimentação normal, pois as carnes têm teor de ferro relativamente baixo frente à capacidade gástrica reduzida das crianças nessa fase da vida", explicou.
A pesquisadora conta que a carne bovina, como acém moído e cozido, por exemplo, tem cerca de 3 miligramas de ferro em cada 100 gramas, o equivalente a um bife médio.
Carência de lipídios
O estudo demonstrou também a insuficiência na quantidade de lipídios encontrada nos alimentos.
"Acredita-se que a recomendação de limitação da ingestão de lipídios na dieta de adultos esteja, possivelmente, influenciando também a preparação de refeições para as crianças. Ressalte-se que os lipídios são essenciais, nessa fase da vida, na maturação do sistema nervoso", disse.
De acordo a professora da Unifesp, o excesso de sódio pode ser explicado pelo hábito da população brasileira de consumir sal de cozinha em quantidades muito acima do recomendado, o que pode se refletir também na preparação de alimentos destinados às crianças.
"Educar o paladar dos lactentes para alimentos com baixo teor de sal é importante, uma vez que sua ingestão excessiva está associada com aumento da pressão arterial no futuro", alertou.
Recomendações para alimentação dos bebês
Segundo Morais, o estudo possibilita uma revisão na elaboração de diretrizes metodológicas na área. A pesquisa corresponde à tese de doutorado de Marcia Bitar Portela Neves, defendida em 2009 na Unifesp, com orientação de Morais.
O estudo em Belém foi realizado entre junho de 2005 e setembro de 2006. Foram analisadas 78 amostras de alimentos de transição preparados em domicílios. As crianças eram sadias e não apresentavam peso ou estatura baixos para a idade.
As amostras foram coletadas de famílias atendidas em dois tipos de serviço de atendimento pediátrico: na Unidade Materno-Infantil da UEPA e em quatro consultórios privados em Belém. A proposta foi comparar crianças de diferentes estratos socioeconômicos.
As porções - refeições servidas no almoço, como feijão, arroz, macarrão, carne e hortaliças - foram coletadas nas casas dos participantes, congeladas e, posteriormente, enviadas por via aérea a São Paulo, onde foram analisadas no Laboratório de Bromatologia e Microbiologia de Alimentos da Unifesp.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Amor tem efeito analgésico similar a medicamento

Amor cura a dor
A pergunta era bem direta: Será que o amor pode servir como remédio contra a dor?
Em busca da resposta, cientistas das universidades de Stanford e do estado de Nova Iorque, ambas nos Estados Unidos, recrutaram 15 casais de estudantes apaixonados, que estavam namorando há 9 meses ou menos.
Os namorados tinham que colocar as mãos sobre um pequeno bloco aquecido eletricamente. O aquecimento podia gerar dores que variavam entre nenhuma, moderada e dor severa.
A cada vez, os participantes recebiam uma dentre três tarefas: olhar para uma foto de seu parceiro, olhar para uma foto de um conhecido igualmente atraente, ou realizar uma tarefa de distração, como pensar sobre esportes.
Sistema de recompensa
Ver o rosto do amante ou fazer a tarefa de distração diminuiu a intensidade da dor praticamente no mesmo nível - 12% e 13% para a dor intensa, 36% e 45% para a dor moderada, respectivamente.
Mas houve uma diferença crucial, que chamou a atenção dos cientistas: embora o objetivo fosse o mesmo - tentar reduzir a intensidade da dor - as duas tarefas ativaram partes diferentes do cérebro.
Durante os testes, os participantes eram submetidos a um exame de ressonância magnética funcional, ou fMRI.
Ao contrário da distração, olhar para a foto do amante ativou as seções de recompensa do cérebro, tais como a amígdala e o nucleus accumbens(destacado em vermelho na imagem).
Analgésico emocional
O resultado é importante porque a ativação farmacológica desses mesmos sistemas de recompensa do cérebro pode reduzir substancialmente a dor.
Ou seja, é possível que amor - ou outra emoção que ative os centros de recompensa - funcione como um analgésico.
"A maior analgesia, ao visualizar imagens do parceiro romântico, foi associada com um aumento da atividade em diversas regiões de processamento de recompensas, incluindo o núcleo accumbens, o córtex órbito-frontal lateral, a amígdala e o córtex pré-frontal dorso-lateral - regiões não associadas à analgesia induzida por distração," afirmam os pesquisadores em seu artigo, publicado no último exemplar da revista PLoS One.
"Os resultados sugerem que a ativação dos sistemas de recompensa neurais através de meios não-farmacológicos pode reduzir a experiência da dor," concluem eles.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

INCA divulga direitos e deveres das mulheres sobre o câncer de mama

Mortalidade por câncer de mama
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) apresentou à sociedade um conjunto de recomendações para reduzir a mortalidade por câncer de mama no Brasil.
São sete orientações que destacam as prioridades de ação para o controle da doença, responsável por cerca de 11 mil mortes por ano no país.
Destinado à população em geral e a profissionais e gestores do Sistema Único de Saúde, o documento faz parte das comemorações do Outubro Rosa, mês de mobilização mundial em torno do tema.
Informação com base científica
"Temos um desafio de comunicação", afirmou Luiz Antonio Santini, diretor-geral do INCA, referindo-se à primeira recomendação: O INCA recomenda que toda mulher tenha amplo acesso à informação com base científica e de fácil compreensão sobre o câncer de mama.
"Com os investimentos feitos nos últimos anos pelo Ministério da Saúde, hoje temos condições de fazer recomendações que o gestor de cada instância de governo, a sociedade e cada cidadão individualmente tem capacidade de implementar", disse Santini.
A coordenadora de projetos do Instituto, Marisa Breitenbach, explicou que as recomendações são resultado do trabalho de um dos grupos multidisciplinares instituídos no INCA, chamados Grupos de Tumores.
O Grupo de Tumores em Câncer de Mama se reúne semanalmente desde março de 2009 e elaborou as recomendações a partir de estudos sobre as evidências científicas de ações de detecção precoce para mulheres com sintomas iniciais de câncer de mama (diagnóstico precoce) e para mulheres sem sintomas (rastreamento populacional).
Recomendações sobre o câncer de mama
Veja as sete recomendações que o INCA anunciou a todas as mulheres com relação ao câncer de mama:
  • toda mulher tenha amplo acesso à informação com base científica e de fácil compreensão sobre o câncer de mama;
  • toda mulher fique atenta aos primeiros sinais e sintomas da doença e procure avaliação médica;
  • toda mulher com nódulo palpável na mama e outras alterações suspeitas tenha direito a receber diagnóstico no prazo máximo de 60 dias;
  • toda mulher de 50 a 69 anos faça mamografia a cada dois anos.
  • todo serviço de mamografia participe do Programa de Qualidade em Mamografia. A qualificação, quando obtida, deve ser exibida em local visível às usuárias;
  • toda mulher saiba que o controle do peso e da ingestão de álcool, além da amamentação e da prática de atividades físicas, são formas de prevenir o câncer de mama;
  • a terapia de reposição hormonal, quando indicada no período pós-menopausa, deve ter rigoroso acompanhamento médico porque essa terapia aumenta o risco de câncer de mama.

sábado, 16 de outubro de 2010

Bactéria geneticamente modificada produz remédio anticâncer

Planta medicinal contra o câncer
Usar microrganismos para produzir com baixo custo - tanto econômico como ambiental - um medicamento importante contra o câncer é o que propõem cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e da Universidade Tufts, nos Estados Unidos.
O paclitaxel (comercializado com o nome Taxol) é empregado em quimioterapia em tratamentos de tumores de ovário, mama e pulmão.
O medicamento foi descoberto em 1967, quando Monroe Wall e Mansukh Wani, do Research Triangle Institute, isolaram o componente da casca do teixo-do-pacífico (Taxus brevifolia) e notaram sua atividade antitumoral em estudos feitos com roedores.
O problema é que o teixo-do-pacífico é uma das árvores que crescem mais lentamente no mundo. Além disso, o tratamento de um único paciente requer o corte e processamento de duas a quatro árvores, que levam dezenas de anos para atingir o tamanho ideal de corte.
Atualmente, o paclitaxel também pode ser derivado do mais abundante teixo europeu ou de células das árvores em cultura. Mas ainda assim os processos são complexos e lentos. O resultado é que uma única dose da droga pode chegar a US$ 10 mil.
Bactéria contra o câncer
A novidade, descrita na revista Science, surgiu a partir da experimentação com um dos principais laboratórios vivos, usados por cientistas em todo o mundo: a bactéria Escherichia coli, uma das mais comuns e que acompanham o homem há mais tempo.
A bactéria já vinha sendo investigada para a produção do paclitaxel, mas o novo estudo conseguiu resultados em escala inédita.
Os cientistas do MIT e da Tufts modificaram geneticamente a E. coli de modo que produzisse em grandes quantidades um composto chamado taxadieno, um precursor do paclitaxel.
A sequência metabólica complexa que produz o paclitaxel envolve pelo menos 17 estágios intermediários e ainda não é totalmente compreendida. O objetivo dos autores do estudo era otimizar a produção de dois importantes intermediários: o taxadieno e o taxadieno-5-alfa-ol.
E. coli não produz naturalmente o taxadieno, mas pode sintetizar um composto chamado IPP, que está dois passos do taxadieno. Ocorre que esses dois passos são encontrados apenas em plantas.
Modificação genética
Gregory Stephanopoulos, do MIT, e colegas decidiram modificar geneticamente a bactéria de modo a tentar fazer com que ela produzisse o composto desejado.
Para isso, adicionaram dois genes de plantas, também modificadas, para que pudessem funcionar em bactéria. A proposta era ver se os genes codificariam as enzimas necessárias para fazer as reações que constituiriam os dois passos que faltavam.
Os cientistas não apenas conseguiram como variaram o número de cópias dos genes de modo a encontrar a combinação mais eficiente. O resultado é que a produção do taxadieno foi multiplicada em 1 mil vezes em relação aos melhores resultados já obtidos com a E. coli.
Além disso, o estudo é o primeiro a dar outro passo em busca do paclitaxel que não derive do teixo-do-pacífico, com a conversão do taxadieno em taxadieno 5-alfa-ol. É a primeira vez que esse segundo composto é produzido em microrganismos.
Rota de pesquisa
Os autores do estudo ressaltam que há ainda muitos passos a se vencer antes de chegar ao paclitaxel sintético.
"Mas, ainda que esse seja o primeiro passo, trata-se de um desenvolvimento muito promissor e que apoia a abordagem adotada", disse Blaine Pfeifer, professor em Tufts e outro autor do estudo.
"Se pudermos fazer um Taxol mais barato, será ótimo. Mas o que realmente nos empolgou é a perspectiva de usar essa plataforma para descobrir outros compostos terapêuticos, isso em um momento de declínio do surgimento de novos produtos farmacológicos e de grande elevação nos custos para o desenvolvimento de medicamentos", disse Stephanopoulos.