Repouso enganoso
Repousar deitada pode não ser a melhor opção para prevenir o parto prematuro.
Na verdade, segundo uma revisão de todas as pesquisas científicas já feitas sobre o tema, isso pode até mesmo causar danos à mãe e ao bebê.
A conclusão acaba de ser publicada na revista Biological Research for Nursing, em uma edição especial intitulada "Saúde da Mulher ao longo da vida".
Prevenção do parto prematuro
Segundo o estudo, o repouso deitada ou a restrição das atividades são prescritas para até um milhão de mulheres anualmente só nos EUA, para tratar complicações da gravidez.
Essa recomendação se baseia na suposição de que essas medidas são eficazes na prevenção do parto prematuro e de que elas são seguras tanto para a mãe quanto para o feto.
Segundo o estudo, no entanto, pesquisas feitas ao longo dos últimos 20 anos não foram capaz de apoiar esses pressupostos.
Judith A. Maloni, professora da Universidade Case Western, nos Estados Unidos, vem realizando pesquisas sobre o repouso durante a gravidez por mais de duas décadas.
Neste artigo, a Dra. Maloni revisou todas as pesquisas conhecidas sobre o repouso deitada, a gravidez de alto risco, o parto prematuro e como esses se relacionam com os efeitos colaterais da perda óssea, trombose, depressão, estresse e outros sintomas.
Efeitos colaterais do repouso na gravidez
Além do impacto de uma experiência negativa da gestação para a mãe, que tem sido largamente ignorada pelos profissionais da medicina, a pesquisadora descobriu uma série de questões preocupantes com relação ao repouso na cama, incluindo preocupações tais como:
- perda da função muscular, atrofia muscular e dores musculares
- perda óssea
- perda de peso pela mãe e menor peso fetal
- fadiga, alterações no ciclo de sono, tédio
- depressão pré-parto e pós-parto e alterações de humor
- congestão nasal, refluxo, indigestão e dores musculares e nas costas
Advogadas das mulheres
"Se as pesquisas eventualmente descobrem indícios convincentes da eficácia do repouso, os cientistas e os profissionais de saúde devem prestar bastante atenção à prevenção e ao tratamento dos efeitos adversos tanto para a mãe quanto para o bebê," escreve a autora.
"As enfermeiras devem desafiar o tratamento do repouso no leito funcionando como advogadas das mulheres e educando-as sobre as evidências sobre os riscos e benefícios do tratamento de repouso no leito," conclui ela.
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