segunda-feira, 29 de novembro de 2010
sábado, 27 de novembro de 2010
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Novas regras para antibióticos entram em vigor
As novas regras para venda de antibióticos entram em vigor neste domingo (28/11). A partir desta data, as farmácias e drogarias de todo o país só poderão vender esses medicamentos mediante receita de controle especial em duas vias. A primeira via ficará retida no estabelecimento farmacêutico e a segunda deverá ser devolvida ao paciente com carimbo para comprovar o atendimento.
As receitas também terão um novo prazo de validade, de dez dias, devido às especificidades dos mecanismos de ação dos antimicrobianos. Os prescritores devem estar atentos para a necessidade de entregar, de forma legível e sem rasuras, duas vias do receituário aos pacientes.
As medidas valem para mais de 90 substâncias antimicrobianas, que abrangem todos os antibióticos com registro no país, com exceção dos que tem uso exclusivo no ambiente hospitalar. O objetivo da Anvisa, ao ampliar o controle sobre esses produtos, é contribuir para a redução da resistência bacteriana na comunidade.
Outras mudanças
As embalagens e bulas também terão que mudar e incluir a seguinte frase: “VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA - SÓ PODE SER VENDIDO COM RETENÇÃO DA RECEITA”. As empresas terão 180 dias para fazer as adequações de rotulagem.
Todas as prescrições deverão, ainda, ser escrituradas, ou seja, ter suas movimentações registradas no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC). O prazo para que as farmácias iniciem esse registro e concluam a adesão ao sistema também é de 180 dias, a partir da data de publicação da resolução (28/10).
Dados
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que mais de 50% das prescrições de antibióticos no mundo são inadequadas. Só no Brasil, o comércio de antibióticos movimentou, em 2009, cerca de R$ 1,6 bilhão, segundo relatório do instituto IMS Health.
Fonte: Anvisa
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Pediatria preventiva pode evitar doenças na idade adulta
99 anos saudáveis
Prevenir doenças crônicas no adulto desde sua vida intrauterina.
Essa nova visão da medicina, denominada Origens Desenvolvimentistas da Saúde e da Doença, já é exercida em cerca de 1.600 crianças do Instituto da Criança, ligado ao Hospital da Clínicas da USP (FMUSP).
O atendimento é feito no Centro de Saúde-Escola Samuel Pessoa, da FMUSP, por meio de um trabalho experimental da Disciplina de Pediatria Preventiva e Social, chefiada pela professora Sandra Grisi.
As doenças crônicas degenerativas, como diabetes, hipertensão, obesidade e colesterol, podem ser evitadas no adulto se um acompanhamento médico preventivo for feito na infância.
"A prevenção deve começar na pediatria", afirma a doutora Ana Maria Escobar, pediatra do ICr também à frente da disciplina. O objetivo de uma atenção médica desde o nascimento é aumentar a expectativa de vida e, ao mesmo tempo, melhorar a qualidade de vida na fase adulta. "Queremos que a pessoa viva até os 99 anos de forma saudável", completa.
Pediatria preventiva
A nova forma de encarar a pediatria é recente na história da medicina. Os primeiros estudos na área aconteceram na década de 1970.
"A partir daí, inúmeras pesquisas constataram que as próprias condições de vida intrauterina da criança influenciam nas chances de ela desenvolver doenças crônicas futuras", declara a doutora Ana Maria.
Ela explica que uma restrição de crescimento na barriga da mãe, em função do fumo, por exemplo, faz com que o bebê nasça com baixo peso e eleva as chances de desenvolver doenças na vida adulta.
Porém, não são apenas fatores ambientais, como o fumo durante a gestação ou uma má alimentação, que aumentam o risco de doenças, mas também fatores genéticos.
Por isso, para exercer a pediatria preventiva, deve ser verificada a predisposição da criança às doenças e aos fatores de risco aos quais está submetida.
Acompanhamento da criança
No Centro de Saúde-Escola Samuel Pessoa, as crianças são observadas não apenas dentro dos parâmetros habituais para a faixa etária, como acompanhamento do crescimento e do peso.
Também são consideradas as características ambientais e familiares, desde o desenvolvimento individual e histórico de gravidez da mãe até os problemas de saúde frequentes na família.
"A criança já possui, antes de completar um mês de vida, uma ficha completa onde consta todos os dados de sua família e histórico de doenças. Com isso temos um panorama de quem é a criança e assim conseguimos saber quais são seus fatores de risco e com o que temos que nos preocupar", conta Ana Maria, que enfatiza: "E tudo é feito dentro de uma rotina normal de consultas médicas."
Colesterol alto na infância
Se detectados fatores de risco que indiquem fortes chances do desenvolvimento de colesterol, por exemplo, já com dois anos a criança pode ter seu sangue colhido e a doença, se constatada, pode ser controlada. Das crianças que participam do programa experimental, 20 apresentam colesterol alto com menos de cinco anos de idade.
"Com uma intervenção precoce pudemos descobrir a doença e não vamos deixar que a artéria dessa criança entupa. Assim ela chegará na fase adulta com a doença controlada", assinala a pediatra.
Nos dias 25 e 26 de novembro, um simpósio internacional sobre o tema acontece no Hotel Intercontinental, em São Paulo. O evento, denominadoDevelopmental Origins of Health and Disease (DOHaD) Brasil, tem como objetivo ressaltar as influências das experiências no início do ciclo vital (nutricionais, ambientais, etc) sobre a saúde.
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
sábado, 20 de novembro de 2010
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Estudo mostra uso correto de cadeirinha para crianças em carros
Uso correto da cadeirinha
Mesmo com os insistentes apelos para o uso dos assentos infantis nos automóveis, tornados obrigatórios pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran), esses dispositivos de segurança ainda são pouco empregados no Brasil.
Desde 2008, programas educacionais vêm conscientizando a população sobre o valor das cadeirinhas ou assentos elevatórios para crianças com até sete anos e meio de idade, por conta de sua segurança.
Uma pesquisa de doutorado, defendida na Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamp, enfatiza que não basta a sua adoção pura e simples.
É preciso utilizá-la adequadamente.
Escolha da cadeirinha
A conclusão do estudo, alerta a fisioterapeuta Maria de Castro Monteiro Loffredo, é que os pais ou responsáveis precisam estar atentos para a compra do modelo correto de dispositivo.
Do contrário, se as crianças estiverem usando assentos acima da sua idade ou abaixo do recomendado, elas poderão sofrer graves lesões.
O estudo teve início em 2006, sob orientação do professor Celso Arruda, e foi desenvolvido em colaboração com o Instituto de Transporte da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos.
Carros mal projetados
Loffredo não tinha se convencida de que a falta de adesão aos assentos no país seria um mero capricho. A fisioterapeuta desconfiou que poderia haver algo com o quesito conforto que inviabilizasse a sua adoção.
Esta foi uma das primeiras questões que lhe saltou à vista. Segundo a pesquisadora, com o decorrer da pesquisa, ficou óbvio que o carro não tinha sido projetado pensando no transporte das crianças, como um recurso para segurá-las no veículo.
"Os próprios cintos de segurança são idealizados exclusivamente para adultos", menciona. "Hoje, contudo, já se estuda uma adaptação, o que será um grande avanço."
Além disso, relata, o que poucas pessoas imaginam é que, quando a criança vai se tornando mais velha, começa a perceber que o seu assento é diferente do banco do adulto. É assim que ela não vê mais razão para usar o seu porque, afinal de contas, já está ficando grande.
No momento, existe nas montadoras do setor automobilístico uma grande preocupação em se criar um assento cada vez mais ergonômico, mas para o adulto. Por que a mesma preocupação não se estende também às crianças?, inquire Loffredo.
Segurança e conforto
A pesquisadora ponderou alguns pontos para sondar, mediante um método específico de análise, o conforto e a segurança do assento infantil. A fisioterapeuta desenvolveu um método avaliando alguns tipos de assentos infantis existentes no mercado brasileiro, que contemplam cada fase da estatura da criança.
Dessa forma, os assentos infantis são divididos em grupos de massa, que são o bebê conforto, a cadeirinha e o assento de elevação (booster) com e sem assento de costas. A fisioterapeuta optou por analisar as cadeirinhas e os boosters.
Para estudar o nível de segurança, um critério de avaliação foi desenvolvido e relacionou o local de passagem das tiras e a posição anatômica por onde elas passam na criança. Nesse método, Loffredo identificou os pontos que seriam ótimos para a sua passagem, garantindo ótimo nível de segurança para as crianças no caso de acidente. Assim, a avaliação focou estes pontos em diferentes assentos. Se a tira não estava passando no ponto anatômico de referência, então era possível ocasionar lesões, constata.
Para a pesquisadora, a dúvida das mães é de certa forma comum quando chega a hora de posicionar corretamente o filho no carro. Mas isso pode ser perfeitamente solucionado com uma simples inspeção dos pontos de passagem das tiras, feita em comparação com os lugares que seriam os adequados.
Instalação da cadeirinha
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Com relação às cadeirinhas, as tiras podem ser posicionadas de diferentes modos, posto que o próprio dispositivo fornece esta opção. Para a tira que passa no ombro, o manual mostra até três opções de posicionamento, isso porque este dispositivo é empregado por crianças de um a quatro anos.
Conforme as crianças vão crescendo, as tiras têm que ir acompanhando a altura do ombro delas. Se o responsável estiver desatento e não mudar as tiras, alguns ensaios comprovaram que o impacto poderá ocasionar sérias lesões de cabeça, além de provocar um grande desconforto para a criança.
No caso do assento de elevação, as crianças usam o cinto de segurança do próprio carro. Este dispositivo voga para crianças de cinco a sete anos e meio de idade ou com altura até 1,35 metro.
Nesse caso, a tira de ombro tem, como ponto de referência no corpo da criança, o ponto de encontro das clavículas. A tira não deve pegar esta região. Ela teria que ficar situada entre o pescoço e o ombro da criança. Assim, no caso de um impacto, a tira estaria longe da traqueia e de provocar uma lesão.
Já a tira abdominal, se ela estiver passando muito acima do abdômen, com o impacto poderá causar lesões nesta região. "A referência deve ser o osso do quadril, que serve de âncora e não permite que a criança escorregue, prejudicando os órgãos internos."
A tira abdominal, quanto mais baixa, melhor. É isso que o booster faz com a criança quando ela é pequena: ele a eleva, ajudando a posicionar a tira abdominal, de forma que ela fique bem abaixo, tendo como referência as partes mais proeminentes do osso do quadril, ou seja, as espinhas ilíacas ântero-superiores.
No estudo realizado, a fisioterapeuta constatou que muitas lesões ocorreram por causa do uso incorreto dos assentos, as quais poderiam ter sido evitadas se essas simples atitudes fossem tomadas. "Tais situações podem resultar em lesão abdominal e de coluna vertebral, dentre as mais comuns", acentua.
Erros mais comuns
Um erro bastante comum em relação ao uso dos assentos infantis, pontua Loffredo, é que, mesmo sabendo que todas as crianças têm que usar a cadeirinha, os pais infelizmente prosseguem não conseguindo diferenciar um modelo do outro.
Um típico caso de uso incorreto é a graduação prematura do assento, ou seja, a criança usa uma cadeirinha que é designada para um grupo maior de crianças, "ao passo que deveria ser usada de acordo com a sua faixa etária ou peso."
Os pais, muitas vezes, colocam a criança em assentos quando ela ainda tem idade para usar a cadeirinha. Isso provavelmente irá ocasionar o posicionamento incorreto das tiras, passando pelo pescoço e abdômen. Como resposta, a criança tende a colocar a tira de ombro atrás das costas, o que é altamente perigoso para ela no caso de impacto.
Outro erro frequente consiste em deslocar a tira do ombro e a criança ficar presa apenas pelo abdômen, quando ela usa as cadeirinhas. Esta é uma situação demasiadamente preocupante. É que o sistema de cinco pontos, sistema de tiras usado nas cadeirinhas, segue parâmetros objetivos de segurança, isso porque a criança até quatro anos possui estruturas ósseas muito frágeis. A sua cabeça é grande em relação ao corpo e também pesa mais. Quando ocorre um impacto, a cabeça é projetada. "Por isso usamos duas tiras no ombro para segurar mais o tronco e a cabeça, que são as partes mais frágeis do corpo da criança", revela.
Regulagem da cadeirinha
No estudo, a pesquisadora notou que realmente em algumas situações as tiras incomodam as crianças, razão por não quererem permanecer nas cadeirinhas. Se a graduação de altura das tiras estiver incoerente com a altura do ombro da criança, por exemplo tiras posicionadas muito abaixo da altura do ombro, ela terá mesmo um certo incômodo.
"Então é necessário regular o dispositivo, colocando a tira na graduação acima da onde estava posicionada", ensina. No caso particular das cadeirinhas, as tiras do ombro necessitam estar no mesmo nível do ombro das crianças, pois, em caso negativo, a criança vai se sentir desconfortável e desprezar as tiras.
Na avaliação de Loffredo, as cadeirinhas devem considerar os aspectos anatômicos das crianças de diferentes faixas etárias para ser desenvolvido um design perfeito. "Embora os manuais expliquem detalhadamente como usá-las, no caso de dúvidas sobre o uso e fixação no carro, os pais devem sempre procurar o local de aquisição da cadeirinha para eventuais esclarecimentos."
A fisioterapeuta relata que os acidentes de trânsito representam a maior causa de mortalidade em crianças de cinco a nove anos de idade no Brasil e aproximadamente dez mil crianças sofrem algum tipo de morbidade por ano no Brasil, estando entre os dez países que possuem maior número de mortes no trânsito. É importante ainda ressaltar que os acidentes de trânsito são uma causa evitável de morte e por isso Loffredo salienta que as leis e os regulamentos sobre a segurança veicular devem ser seriamente respeitados.
terça-feira, 16 de novembro de 2010
Cientistas avançam rumo a uma vacina contra o câncer
Anti-vacina
Eles ainda não descobriram uma vacina para o câncer, mas cientistas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, descobriram uma das razões pelas quais as tentativas anteriores para aproveitar o sistema imunológico para o tratamento de tumores cancerosos falharam.
A nova pesquisa, publicada na revistaScience, revela que um tipo de célula do estroma, que expressa a proteína alfa de ativação dos fibroblastos (FAP), desempenha um papel importante na supressão da resposta imunológica na presença dos tumores cancerosos.
Essas células, presentes em muitos tipos de câncer, restringem o uso de vacinas e outras terapias que dependem do sistema imunológico do corpo para contra-atacar o câncer.
Terapias imunológicas
Os cientistas confirmaram que a destruição dessas células permite que o sistema imunológico controle um tumor previamente sem controle.
"Encontrar as células específicas, dentro da complexa mistura do câncer, que impedem a reação imunológica, é um passo importante. O prosseguimento dos estudos, sobre como essas células exercem seus efeitos, pode contribuir para a melhoria das terapias imunológicas, permitindo-nos remover a barreira do câncer," explica Douglas Fearon, coordenador da pesquisa.
As vacinas criadas para induzir o sistema imunológico a atacar as células cancerosas têm mostrado certa capacidade para ativar uma resposta imunológica no corpo, mas, inexplicavelmente, elas praticamente não afetam o crescimento dos tumores.
Imunologistas que se especializaram em tumores têm suspeitas de que, dentro do microambiente tumoral, a atividade de células do sistema imunológico é suprimida de alguma forma.
Mas, até agora, eles têm sido incapazes de inverter essa supressão.
A nova pesquisa lança as primeiras luzes sobre por que a resposta imune é suprimida.
Estroma
O estudo constatou que pelo menos um componente supressor está contido dentro de células de tecido normal (chamadas de células do estroma) que o câncer usa para sua própria sobrevivência.
A célula agora estudada expressa uma proteína única, muitas vezes associada com a cicatrização de ferimentos - a proteína alfa de ativação dos fibroblastos (FAP). As células que expressam a FAP são encontradas em muitos tipos de câncer, incluindo o câncer de mama e o câncer colorretal.
"Estes estudos foram feitos em camundongos e, embora haja muita sobreposição entre o sistema imunológico humano e dos camundongos, nós não sabemos a importância destas descobertas para os seres humanos até que sejamos capazes de interromper a função das células do estroma tumorais expressando FAP em pacientes com câncer," alerta o professor Fearon.
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
Exercício físico ajuda no tratamento de crianças com leucemia
Exercício e leucemia
A prática de exercícios físicos por crianças com leucemia ajuda na melhora da qualidade de vida e no aumento da força muscular desses pacientes.
A descoberta foi atestada por uma pesquisa realizada no Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).
O trabalho, que incluiu crianças e adolescentes de 6 a 18 anos, abre uma nova possibilidade de tratamento ao quebrar a ideia de que o exercício físico pode piorar o quadro clínico da doença.
Superproteção
O estudo surgiu da constatação da pediatra Beatriz Perondi, autora principal do estudo. Segundo a pesquisa, crianças com leucemia, além da doença e do próprio tratamento - que levam a uma baixa capacidade respiratória, diminuição da força muscular e fadiga -, acabam não tendo uma vida normal, pois são superprotegidas pelos pais.
"Todo esse conjunto de fatores faz com que a criança tenha uma qualidade de vida ruim", explica a médica do Instituto da Criança (ICr) do HC, que completa: "Se exercício físico é bom para a saúde em inúmeras situações, para esse tipo de paciente poderia ser também."
Assim, foi elaborado um programa de exercícios de musculação ao qual as crianças participantes do estudo se submeteram duas vezes por semana durante três meses.
"Criamos um programa com treinamento de força intenso e pela primeira vez em estudos com exercícios a qualidade de vida melhorou de forma notória", conta Bruno Gualano, professor da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP e pesquisador do Laboratório de Avaliação e Condicionamento em Reumatologia (LACRE) do HC, também responsável pelo estudo.
"A criança passou a se sentir menos cansada, deprimida e irritada, e ficou mais feliz, interagindo com as outras pessoas", acrescenta Beatriz, que também é médica do Ambulatório de Medicina Esportiva do HC.
Em relação à força muscular, ela aumentou aproximadamente 50% em três meses, tempo de realização das atividades propostas pela pesquisa. A coordenação dos pacientes acabou melhorando também, bem como a capacidade respiratória. "Ao contrário do que se temia, não houve piora alguma no quadro clínico da criança. Também não notamos aumento de quadros hemorrágicos ou de infecções", ressalta Beatriz.
Incentivo às atividades físicas
A pesquisa abre uma nova perspectiva de tratamento, pois, se antes os próprios médicos indicavam o repouso, agora já se sabe que a prática do exercício físico pode ser incentivada. "Hoje vemos uma mudança de paradigmas e isso pode trazer benefícios também em longo prazo, já que o exercício pode prevenir futuras comorbidades relacionadas à leucemia, como obesidade e doenças cardiovasculares", aponta Gualano.
A prática de atividade, porém, não pode ser incentivada sem a orientação e o acompanhamento de um educador físico ou profissional capacitado. Beatriz ressalta: "O exercício precisa ser prescrito e programado especificamente para cada paciente e o educador físico precisa estar junto para que ele não faça mais ou menos do que o necessário."
Sobre o período no qual a prática da atividade é recomendada, a doutora Beatriz afirma que ao longo dos dois anos de tratamento - tempo de duração para cura da doença - é possível praticar os exercícios. Entretanto, nos primeiros seis meses, a quimioterapia é muito intensa, o que pode impedir a criança de se exercitar. Assim, é depois desse período, na chamada fase de manutenção, que o exercício pode ser praticado com mais facilidade.
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Exercícios reduzem risco de câncer em mulheres
Câncer de endométrio
Mais uma boa notícia para quem pratica atividades físicas - ou um estímulo para quem quer começar.
Um estudo observou que mulheres que se exercitaram por pelo menos 150 minutos por semana apresentaram risco reduzido de desenvolvimento de câncer de endométrio.
O câncer de endométrio é o tumor maligno mais comum nos órgãos genitais femininos.
A pesquisa, feita na Escola Yale de Saúde Pública, nos Estados Unidos, foi apresentada nesta terça-feira (9/11) na Conferência de Pesquisa para Prevenção do Câncer da Associação Norte-Americana de Pesquisa sobre o Câncer, na Filadélfia.
Exercícios para todas
O menor risco foi verificado tanto para mulheres com peso normal como com sobrepeso ou obesas.
"O estudo é consistente com trabalhos anteriores que fortemente apoiam a associação entre atividade física e menor incidência de câncer de endométrio", disse Hannah Arem, um dos autores do estudo.
Os pesquisadores avaliaram 668 mulheres com câncer de endométrio, comparando os resultados com os observados em 665 outras sem tumores.
Aquelas que praticaram exercícios por 150 minutos ou mais por semana tiveram risco 34% menor de desenvolver tal tipo de câncer do que as que se mantiveram sem atividade física.
Para magrinhas e gordinhas
A associação se mostrou mais pronunciada entre mulheres ativas e com índice de massa corporal (IMC) inferior a 25, as quais apresentaram risco 73% menor do que as que não praticaram exercícios e tinham IMC maior do que 25.
Mas os efeitos da atividade física se mostraram importantes mesmo entre as mulheres com sobrepeso.
As que tinham IMC acima de 25, mas praticaram mais de 150 minutos de exercícios físicos por semana, tiveram risco 52% menor de desenvolver a doença.
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